O que devemos aprender com o terremoto do Chile?

Por Pedro Jacobi

O terremoto chileno de 8.8 na Escala Richter é um dos maiores já registrados. O maior, foi medido no prório Chile em 1960. Nesta ocasião um terremoto de 9.5 na Escala Richter causou um dos maiores e mais devastadores tsunamis da era moderna que atingiu, arrasou e matou a dezenas de milhares de quilômetros, no Havaí e Japão.

Neste terremoto de hoje, felizmente, o tsunami causado teve um pequeno impacto no Havaí e no Japão. Neste país apenas uma cidade portuária teve algumas ruas inundadas pela elevação do nível do mar causado pelas ondas geradas no Chile. As devastações e mortes ficaram, praticamente todas, confinadas ao território chileno.

No terremoto de 2010 o que fica aparente é o despreparo da defesa civil e das autoridades Chilenas para lidar com catástrofes de grande porte. As cidades mais atingidas pelo sismo, como Concepcion a 125km do epicentro, está mergulhada em caos. Hordas de assaltantes surgiram do nada e estão se apoderando de todos os bens que podem colocar a mão. Supermercados, lojas, casas...nada está sendo poupado. A Polícia e o exército chileno mostram-se incapazes de frear os arrastões que se sucedem. A solidariedade foi obliterada pelo egoísmo.

Uma situação similar a que ocorreu no Haiti onde praticamente houve uma intervenção do exército americano no sentido de restabelecer a ordem que já não era mantida pelo Governo Haitiano.

Regiões como as afetadas por este terremoto são por demais conhecidas e a única certeza matemática que existe é que novos terremotos de grandes proporções irão ocorrer. A data do desastre é desconhecida mas o evento é inevitável.

Se essa é a situação qual o motivo da enorme surpresa e despreparo do Governo Chileno ao lidar com o previsível?

Nos parece que apenas os Japoneses fizeram o dever de casa, após Kobe, e estão, realmente, preparados para enfrentar grandes desastres naturais.

A mesma situação, em dimensão muito menor,  enfrentamos todos os anos, aqui no Brasil quando os deslizamentos de terra se sucedem nas encostas do Rio, S. Paulo e Sta Catarina, matando e destruindo. Afinal os deslizamentos, terremotos, tsunamis são fenômenos naturais decorrentes de causas geológicas que irão existir enquanto a Terra existir.  No nosso caso os deslizamentos podem, em sua maioria, ser contidos, o que não ocorre com um terremoto.

O mínimo que se espera do Governo é que existam mapeamentos, análises de risco, planos e estratégias já elaboradas além de equipes e recursos prontos para atuar imediatamente no evento da catástrofe.

A falta de um plano na hora-zero da catástrofe pode ser tão prejudicial quanto o fenômeno em si.